Descartar as vacas improdutivas ou recuperar seu escore de condição corporal?

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Descartar as vacas improdutivas ou recuperar seu escore de condição corporal?

Descartar as vacas improdutivas ou recuperar seu escore de condição corporal?
22/04/2024

Você já deve ter percebido que a atividade de pecuarista está se tornando cada vez mais desafiadora, certo? E qualquer erro na estratégia pode colocar a fazenda em risco! Agora é o momento de pensarmos cada vez mais no ciclo plurianual, pois está chegando o momento crucial de decisões na pecuária: a temporada de seca. E é nesse momento que os produtores precisam fazer escolhas difíceis, uma das mais importantes é decidir entre descartar vacas improdutivas ou investir na recuperação do escore de condição corporal e desafiá-las novamente na reprodução.

Nesse momento, uma análise criteriosa se faz necessária, levando em consideração diversos fatores que impactam diretamente na eficiência e lucratividade da criação de gado. Primeiramente, é preciso avaliar o histórico de cada animal. Aquela vaca que permaneceu vazia por muito tempo provavelmente não está contribuindo de forma significativa na eficiência produtiva e reprodutiva do rebanho. Da mesma forma, se ela é agressiva e difícil de manejar, isso não apenas aumenta os riscos para os trabalhadores, mas também pode causar estresse nos demais animais. Além disso, se os bezerros nascidos dessa vaca são fracos ou apresentam problemas de saúde recorrentes, isso impacta diretamente na produtividade e na rentabilidade do negócio.

Outro fator a ser considerado é a capacidade da fazenda em sustentar esses animais durante a seca. Vacas improdutivas consomem recursos, como pastagem, suplementos e água, que poderiam ser direcionados para animais mais produtivos. Portanto, descartá-las pode ser uma maneira de otimizar os recursos disponíveis e garantir que o rebanho permaneça saudável e bem nutrido durante esse período crítico. Uma ideia que vem ajudando muitos pecuaristas é a substituição de vacas de descarte por novilhas que já podem ser desafiadas ou até mesmo prenhes. A ideia é fazer o “fluxo de caixa” com vacas de descarte e repor novilhas que, além de gerar uma cria por ano, ainda conseguem ganhar peso e aumentar a quantidade de arrobas produzidas na fazenda. Essa estratégia pode ser justificada, pois a relação de troca vaca/novilha está boa, já que não se observa ágio e em alguns períodos observou-se deságio no preço da arroba de novilhas e bezerras.

No entanto, antes de tomar a decisão final de descarte, é importante analisar se há alguma possibilidade de recuperar o desempenho dessas vacas. Investir na melhoria do escore de condição corporal pode ser uma estratégia viável, especialmente se esses animais ainda tiverem potencial reprodutivo. Isso pode envolver ajustes na alimentação, manejo mais cuidadoso e até mesmo tratamento veterinário, se necessário. Vale lembrar que cada animal representa um investimento em tempo e recursos. Não se pode esquecer que estamos caminhando para a seca e emprenhar a vaca agora é produzir o “bezerro do tarde”, que se desenvolve menos.

Além disso, é fundamental pensar a longo prazo. O ciclo da pecuária é um processo contínuo, e as decisões tomadas hoje terão impacto nos resultados futuros. Os bezerros nascidos agora serão os animais que irão gerar lucro em 2026, portanto, é importante apostar no mercado e no ciclo de produção, aumentando a produção de bezerros de qualidade para atender à demanda futura.

Em suma, a decisão entre descartar vacas improdutivas ou recuperar seu escore de condição corporal depende de uma análise cuidadosa dos diversos fatores envolvidos. O objetivo final é maximizar a eficiência e a lucratividade da operação pecuária, garantindo um rebanho saudável e produtivo a longo prazo.

 

Camilla Giovanna

Marketing Rico

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